O acervo reúne 40 mil obras e manuscritos de história, cultura e religião.
Livros precisam ser manuseados com luvas para não danificar material.
A biblioteca do Grêmio Português, em Belém, é a terceira maior em obras lusitanas no Brasil. O acervo reúne 40 mil obras e manuscritos de história, cultura e religião, desde o século 16. Os livros tratam dos mais diferentes assuntos desde música, cozinha e manual de agricultura.
Por se tratarem de relíquias, nem todos os livros podem ser manuseados. A maioria são
frágeis e podem ser danificados com facilidade pelo toque das mãos, por causa do tipo de papel usado nas publicações mais modernas.
“A partir de 1850 eles deixam de ser papel de trapo. Mais resistentes que eram feitos de tecido e eles passam a ser de celulose, muito menos resistente”, explica a especialista em preservação de patrimônio bibliográfico e documental, Ethel Soares.
Mas, para que as relíquias possam ser de domínio de todos, o Ministério da Cultura aprovou um projeto pra restaurar o acervo e digitalizar as obras. Dessas, cerca de 400 obras raras ficam guardadas em uma sala de acesso restrito, só é possível pegar um livro de luvas.
Entre os mais antigos do acervo, está livro religioso todo escrito em latim, do qual apenas 11 exemplares existem no mundo. O local também abriga a primeira edição ilustrada de Dom Quixote, clássico do escritor espanhol Miguel de Cervantes publicado originalmente no século 17.
Dentro das limitações do material, ainda é possível ver cartas de pedido de socorro dos portugueses para a família real, na época da revolta da Cabanagem, no Pará e ainda um livro de receitas de João da Mata, chef de cozinha da família real.